A palavra folclore é formada pela junção de duas palavras inglesas: "folk", que significa "povo", e "lore", que quer dizer "estudo". Daí folclore ser, segundo o dicionário Aurélio, "estudo e conhecimento das tradições de um povo, expressas nas suas lendas, crenças, canções e costumes". Essas lendas e crenças geralmente têm origens anônimas e muito antigas. Estudá-las é conhecer e valorizar a cultura de um país.
Se listarmos os itens do nosso folclore, poderíamos iniciar pelas lendas e mitos, sendo os mais populares: Saci-Pererê, Vitória-Régia, Curupira, Mula-Sem-Cabeça, Lobisomem, entre muitos outros. Podemos citar, ainda, as canções de ninar, parlendas, cirandas, danças e festas.
O folclore brasileiro é tão rico, como as origens de seu povo, e tão representativo, que cada região tem suas especificidades folclóricas. Por ser uma de nossas riquezas, tem uma data no calendário para ser comemorado, o dia 22 de agosto.
O brasileiro, por ser um povo festeiro, facilmente absorve festas e folclore de outros países, como a festa norte-americana do Dia das Bruxas, mais conhecida como Halloween, introduzida, principalmente, pelos cursos de inglês no Brasil.
PERSONAGENS
Aqui você pode conhecer as histórias de alguns personagens do folclore brasileiro, como o Saci-Pererê, a Mula-sem-cabeça, o Curupira, e muito mais.
Saci-Pererê - é uma lenda indígena de origem tupi-guarani, mas que acabou misturando elementos das culturas africana e portuguesa. O Saci-Pererê é um pequeno negro, de uma perna só, que usa uma carapuça vermelha e fuma cachimbo. Dizem que ele é levado e bagunceiro. Quebra coisas, esconde objetos, faz as pessoas tropeçarem, assusta os bois no pasto só para se divertir. Quando um saci está para aparecer, ouve-se um assobio misterioso e longo. Se você quiser prender um deles, basta conseguir agarrar a sua carapuça. Parece fácil? Então tente!
Lobisomem - homem aparentemente comum, que vive e trabalha como os demais da comunidade. Nas sextas-feiras de lua cheia, transforma-se em um lobo ou em um homem com cabeça de lobo, que assusta quem cruza o seu caminho. Antes de o dia clarear, readquire forma humana. Diz a lenda que o filho do sexo masculino nascido depois de sete meninas sempre se torna lobisomem.
Cuca - a Cuca é uma lagarta verde, grande, feia e velha que assusta as crianças desobedientes, em especial as que não querem dormir à noite. Esse personagem, que aparece nas cantigas de ninar, apresenta influência do mito da bruxa, de origem européia.
Iara - mulher da cintura para cima e peixe da cintura para baixo, como as sereias, é também chamada de mãe-d'água. No final da tarde, ela sai de sua casa, no fundo dos rios, penteia seus longos cabelos e enfeita-os com flores vermelhas. Vem hipnotizar os homens com seu canto irresistível aos ouvidos, atraindo os coitados para o fundo dos rios e lagos.
Boto - a lenda do Boto é muito popular principalmente na região Norte do país. Segundo contam na Amazônia, o boto, que vive no rio Amazonas. No início da noite, o boto se transforma em um belo homem e sai das águas muito bem vestido e de chapéu, para esconder o buraco que todos os botos têm no alto da cabeça (o buraco serve para respirar, já que os botos são mamíferos e têm pulmões). O rapaz-boto vai aos bailes, dança, bebe, conversa e faz charme para as moças que vivem em vilas e cidades na beira dos rios. Mas antes do dia surgir, entra de novo na água do rio e se transforma no boto. Dizem que olho de boto seco é considerado um ótimo amuleto para conseguir sucesso no amor.
Mula-sem-cabeça - essa lenda existe desde o Brasil Colonial. Dizem que a mula seria uma mulher que teria namorado um padre e, para pagar o seu pecado, se transformava nesse bicho toda sexta-feira. A mula tem um galope vigoroso, solta fogo pelo pescoço e relincha assustadoramente (ninguém sabe como, já que ela não tem cabeça!). Ela só pára ao terceiro cantar do galo e é conhecida do México até a Argentina.
Curupira - é um indiozinho de cabelos vermelhos e pés ao contrário (o calcanhar virado para frente e os dedos para trás). Ele é o protetor das árvores e senhor dos animais. O Curupira costuma assombrar as florestas ao lado de cães e porcos, seus inseparáveis amigos. Como tem os pés ao contrário, despista os caçadores, que acham que ele foi para frente quando, na verdade, está indo para trás. Da mesma forma que o mito do Saci-Pererê, ele é bem antigo, registrado pelo Padre José de Anchieta no século XVI.
Muitas brincadeiras de criança foram passadas ao longo do tempo. Da sua tataravó para sua bisavó, de sua bisavó para sua avó, de sua avó para sua mãe, de sua mãe para você, e assim por diante. São brincadeiras que fazem parte do folclore brasileiro.
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